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Foto do escritorPedro Cantelli

Espetáculo “O Sonho Americano” estreia em São Paulo abordando reflexos da ditadura e conflitos familiares

A peça da Cia Teatro dos Ventos, dirigida por Luiz Carlos Checchia, explora dilemas entre laços familiares e convicções políticas durante a ditadura militar.

Imagem: Lavínia Fernandes

A Cia Teatro dos Ventos traz ao palco o inédito “O Sonho Americano”, dirigido e escrito por Luiz Carlos Checchia, em uma curta temporada no Teatro Studio Heleny Guariba, em São Paulo. A peça teve sua estreia no dia 14 de setembro e mergulha nos anos de 1970, período marcado pelo endurecimento da ditadura militar no Brasil, para explorar os desafios e dilemas da pequena burguesia em tempos de repressão.


A trama começa com a inesperada visita de Bento à casa de sua tia Antônia e sua prima Beatriz, trazendo consigo o peso de sua recente entrada na luta armada. Fugindo após uma missão fracassada, Bento procura abrigo em meio à instabilidade política e à repressão. Ao longo da noite, memórias familiares e debates sobre o regime militar ganham destaque. Entretanto, quando Beatriz descobre que foi aceita em um prestigiado programa de pós-graduação em Harvard, o medo de ser associada a um “subversivo” a leva a considerar denunciar o próprio primo.


Apesar de ambientada nos anos 1970, “O Sonho Americano” estabelece paralelos entre aquele período e o Brasil atual, evidenciando questões como insegurança, medo e as difíceis escolhas em tempos de crise. O elenco conta com Camila Costa Melo, Cristina Bordin, Flávio Passos, Gabriel Santana e Ruben Pignatari, que, sob a direção de Checchia, trazem à vida a complexidade dos laços familiares em um contexto político opressor.


A peça busca provocar o público a refletir sobre o impacto de decisões individuais em tempos de repressão e como o desejo de ascensão social pode comprometer valores e relacionamentos.

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