A encenação não linear conta a história de Leonardo Kenshu, um contrarregra de teatro que em meio a sua vida corrida se pega fazendo um resgate de sua paternidade precoce, e outros fatos que implicam na sua história, em uma espécie de corrida contra o tempo.
O conto autoficcional "Eu não deveria estar aqui" foi desenvolvido enquanto o autor estava em isolamento, por conta da pandemia, o que lhe fez refletir sobre a própria existência, e querendo abordar em um texto solo questões como a depressão, a ansiedade, a objetificação feminina e a ideação suicida.
A encenação transita entre alguns diferentes registros formais que vão do depoimento à palavra poética, do ator-narrador a interações multimídia (videoarte e música executada em cena), e é composta por uma estética de composição pictórica “viva”, por meio de perspectivas, deslocamentos e sobreposições entre trilha sonora, cenários, objetos, figurinos, iluminação e videoarte.
O nome do personagem também foi uma inspiração para o autor. Kenshu significa o primeiro degrau de iluminação no zen budismo, e foi escolhido para distanciar a realidade vivida por Dugg, daquela que ele gostaria de retratar e destrinchar no palco.
Com uma trilha sonora original composta por Alê Prade, figurino de Karen Brusttolin e cenário de Rafael Bicudo, o espetáculo fica em cartaz até o dia 30 de agosto no espaço dos Parlapatões localizado na praça Roosevelt. Sempre às terças e quartas às 20h30.
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