Com Lavínia Pannunzio e André Kirmayr o espetáculo “Hilda e Caio” parte da convivência real entre dois dos mais importantes escritores brasileiros do século XX. O texto de Kiko Rieser cria diálogos ficcionais entre as duas personalidades a partir da estadia de Caio na casa campestre de Hilda.
A trama se passa no início da década de 70, quando Caio Fernando Abreu, perseguido pela ditadura civil-militar em virtude de sua literatura homoerótica, exila-se na Casa do Sol, residência campestre de Hilda Hilst em Campinas, antes de fugir para a Europa. Diante dos acontecimentos recentes, ele decide parar de escrever e acaba confrontado pela amiga, que, mesmo desencantada pela falta de leitores e pela crise editorial, acredita que os dois têm a missão de continuar produzindo literatura.
O projeto integra a pesquisa de peças biográficas que o autor iniciou com “Nasci pra ser Dercy”, e que lhe rendeu o Prêmio Bibi Ferreira 2023 de melhor texto. Para além de resgatar o pensamento e o impulso criativo dos escritores, a trama é base para uma discussão atemporal em cima do poder, das fraquezas humanas e da criação, seja literária ou não, pondo em xeque os limites entre ficção e realidade.
“Enquanto Hilda era profundamente religiosa, esperançosa, introspectiva, calma e amorosa, Caio era místico, sem ser religioso, pessimista, fatalista, expansivo, ferino, ansioso e carente. Mostrar os pontos de contato e os pontos de ruído entre eles é um dos objetivos deste projeto”, fala Kiko Rieser sobre o texto que coloca em fricção as visões de Hilda e Caio sobre o mundo e a arte.
“Hilda e Caio” entrará em cartaz no dia 30 de novembro e ficará em cartaz até o dia 17 de dezembro no Centro Cultural do Branco do Brasil em São Paulo. Quintas e sextas às 19h, Sábados e domingos às 17h. Os ingressos serão liberados a partir do dia 24 de novembro, pelo site da instituição, ou diretamente na bilheteria do local.
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